História e Cultura

Confira abaixo algumas fotos históricas dos Arquivos dos CEB e do CERJ, clubes que há décadas realizam atividades em prol da cultura do montanhismo brasileiro. No ano de 2019 o CEB – Centro Excursionista Brasileiro completa 100 anos, o CERJ – Centro Excursionista do Rio de Janeiro, completa 80 anos e o CEG – Centro Excursionista da Guanabara, completa 60 anos de existência, além desses marcos históricos todos os outros clubes de montanha comemoram seus respectivos aniversários, mostrando seu engajamento, participação, bem como na construção do montanhismo. Neste ano o tema do Rio nas Montanhas é “Clubes: História e Cultura”, justamente para celebrar o trabalho, a história e a cultura que esses e todos os demais Clubes vem realizando no montanhismo do Rio de Janeiro.

Estamos recebendo fotos históricas de TODOS OS CLUBES filiados à FEMERJ, se você ou seu clube possui algum registro antigo (não necessariamente do inicio do século) envie para nós e ajude a aumentar essa galeria! Faremos uma seleção das fotos enviadas.

Veja também os relatos históricos!

Acervo do CEB

Acervo do CERJ

Veja também o vídeo: Histórias do CERJ
Documentário de Miriam Gerber e Mariane Azeredo sobre os 80 anos do Clube Excursionista Rio de Janeiro. O Centro Excursionista Rio de Janeiro (CERJ) foi fundado em 20 de janeiro de 1939 e reconhecido como sendo de utilidade pública estadual pela lei 640 de 17/11/64 (D.O. 01/12/1964). 

Acervo do CEP

Acervo do CEG

Acervo do CNM

Relatos Histórico

Historias que não foram contadas: Chaminé Pellegrini – Pico Menor de Friburgo – julho de 1965

Segunda via de Salinas

Por: Carrozzino

Em 1964 Pellegrini chefiou o levantamento da possibilidade de fazer uma conquista em Salinas, no pico Menor, onde uma linda chaminé o atraia. Durante este ano fomos comprando e juntando o material necessário para a efetivação do evento.

Paralelo a isto, um guia do clube me pediu para guardar umas malas com roupas na minha casa. Motivo: iria sequestrar a sua namorada, menor de idade, pois o pai não concordava com o namoro.

Em dezembro ele cumpriu a promessa, pedindo sigilo aos amigos e fugiu para Salinas onde foi se esconder num abrigo de sape feito pelo dono da região ( Zé Candido) localizado um pouco acima do abrigo do Mascarim.
Com o planejamento pronto, formamos a equipe que iria participar da conquista e marcamos para julho, onde a maioria estaria de férias, o inicio dela.

Naquela época havia um escritor francês em voga. Saint-Exupéry. O homem do Pequeno Príncipe e de outros tantos livros e resolvemos homenageá-lo, colocando o nome dele nesta futura conquista.

Em maio, num movimento de escalada no campo escola de Cascadura, Pellegrini sofreu uma pequena queda e deslocou o ombro, o que o impossibilitou de participar da conquista. Queríamos adiar o evento, mas o Pelle nos obrigou a continuar com o projeto.

O grupo então se reuniu em Salinas com o nosso querido sequestrador e começamos a conquista. Durante a semana praticamente só choveu e a progressão da conquista foi muito pequena o que nos forçou a retornar ao Rio de Janeiro.

Estávamos totalmente desmotivados. Alguns desistiram e outros não poderiam mais acompanhar o grupo. Mais uma vez o Pelle, com sua garra costumeira completou o grupo com outros escaladores e nos forçou a retornar.

Desta vez deu tudo certo. Após uma de luta final, onde ficamos 52 horas na pedra sentindo fome e frio , terminamos a via. Era uma sexta-feira, dia 23 de julho.

A noite deste grande dia, nos reunimos e decidimos trocar o nome da via para Chaminé Pellegrini, a fim de homenagear a pessoa que mais fez para que esta via fosse conquistada.

No sábado Pelle chegou para ver como estavam as coisas e anunciamos a troca de nomes. A emoção tomou conta de todos nós.
Em tempo : Waldemar Guimaraes, o Waldo, guia do CERJ e amigo do Pelle, não gostou de termos mudado o nome da via, pois também como eu, era um fam inveterado deste grande escritor. Conclusão: No ano seguinte conquistou o Diedro Saint-Exupéry com a sua equipe, no Corcovado e nos brindou com uma das mais belas vias do Rio.

Ah. O nosso sequestrador, ao terminar a conquista se mudou para São Paulo, casou e voltou para a família. Hoje depois de muitas e muitas aventuras pelo mundo afora, possui uma pousada em Búzios trabalhando, vivendo e amando sua sequestrada.

Por: Carrozzino